A SAO - South America Operations Ltda. foi constituída, em março do ano 2000, tendo sua portaria de homologação, publicada em 04 de julho do mesmo ano. Em 19 de novembro de 2000, iniciamos nossas operações no aeroporto de Congonhas, São Paulo, atendendo uma aeronave Sêneca II, da Zaki Táxi Aéreo, dando suporte à tripulação, coordenação de pátio, embarque e desembarque de passageiros, cargas e malotes.

Por estarmos num ponto remoto do aeroporto (Aviação Geral II), vimos um nicho de mercado a ser explorado, sem concorrência, pois ninguém queria operar daquele lado do aeroporto, menos ainda, aquele segmento da aviação.

Nós chegamos com a mentalidade de atendimento trazida das empresas aéreas e tornávamos possível e acessível às pequenas aeronaves, quer de uso particular, quanto de pequenos táxis aéreos.

Agora as pequenas aeronaves, poderiam ter serviços como coordenação e despacho de voos, bem como as operações de handling, comparáveis às empresas aéreas comerciais, com um custo baixo e serviço honesto, rápido e seguro.

Precisávamos nos fortalecer, para crescer com solidez. Como já mencionado, estávamos do outro lado das pistas, numa área remota, onde ninguém queria estar, mas esta aparente desvantagem, era na verdade o nosso grande trunfo. Esquecidos pela "concorrência" (e esta era mesmo a ideia), começamos a fazer serviços, que ninguém havia prestado atenção. Fizemos uma proposta à Infraero, para que nos liberasse (aditivo ao contrato) um ponto de água e um de luz, numa extremidade do pátio da Geral II. Este ponto de água e luz, começou a dar um novo impulso aos nossos negócios.

Com autorização da administração do aeroporto e em coordenação com a torre de controle, começamos a lavar os veículos de comissaria, durante a madrugada, no horário em que o aeroporto estava fora de operações aéreas (somente serviço aero médico). Começávamos a escoltar os veículos para atravessar as pistas, a partir das 23:05h, sendo que nosso limite para a volta era 05:30h, meia hora antes do início das operações.

Começamos a lavar aeronaves, preparar serviço de bordo, escolta de valores dentro do pátio, de e para as aeronaves, além disso, começamos a elaborar Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, para as pequenas empresas de táxi aéreo.

Em 2002 começamos a atender à Pantanal Linhas Aéreas, então nossa empresa começou a ser vista pelas empresas aéreas de grande porte. Nos mantivemos assim, até o ano de 2005 e o primeiro semestre de 2006.

Começou aí nossa virada!

Em 2006, conquistamos nosso primeiro grande contrato, para atendermos à Gol Linhas Aéreas, no aeroporto de Congonhas, na modalidade transporte de superfície, fazendo embarque e desembarque das tripulações, atendimento ao despacho de voos, documentação do voo, embarque de passageiros especiais, menores desacompanhados e passageiros de última hora. Agora sim, eu estava de volta ao lar, de volta às operações de uma empresa aérea de grande porte, estava de volta às origens.

O salto foi gigantesco, nem preciso dizer o tamanho do desafio para nós, mas aceitamos e conseguimos cumprir o que prometemos.

Mas era só o começo.

No ano seguinte, aconteceu o que não esperávamos. A Gol nos chama para participar de uma concorrência, para atendimento em Guarulhos. Confesso, que tive um certo receio, mas ninguém começa uma empresa, para não crescer. Então, participamos!

E ganhamos a concorrência. Agora, a SAO ia para além do sítio aeroportuário de Congonhas e começava a alçar voos mais altos. A alegria da realização, supera qualquer medo, quando se tem espírito empreendedor. Assim foi.

Aquela empresa, que havia começado com um pequeno carrinho e um grande sonho, agora já tinha um pequena frota e voava numa altitude acima do plano de voo inicial.

Em 2008 fomos chamados uma vez mais, para um novo desafio. Claro, que não refugamos, pois não é o nosso perfil, por isso, por óbvio aceitamos o desafio de trocar toda a frota de Congonhas, por veículos zero quilometro e ainda com aumento na quantidade de equipamentos, que de cinco pulou para sete, somente naquele aeroporto, transferindo o melhor da frota de Congonhas, para o aeroporto de Guarulhos, já que em Congonhas estavam os melhores equipamentos. E assim o fizemos.

O maior passo desta mudança, foi o fato de comprarmos toda a frota de Congonhas, de uma só vez.

Desde o início da nossa operação com a Gol, cem por cento da frota era alugada, por isso e principalmente, o desafio foi gigantesco, principalmente porque não tínhamos patrimônio, que desse respaldo àquela operação de crédito, nem poderíamos securitizar o contrato, uma vez, que é uma das cláusulas ensejadoras de quebra contratual.

Foi um desafio para homem de fé e uma vez mais, honramos nossos compromissos assumidos.

O ano de 2008 foi muito difícil para a economia mundial e claro, não foi diferente conosco.

Tínhamos trocado e aumentado a frota no mês de março daquele ano, quando em setembro estourou o mercado em New York e arrastou o mundo junto.

No meio desse turbilhão todo, fomos convidados a atender à Gol no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro e confesso, que bateu uma dúvida danada, mas nunca medo.

Então pensei; porque não!?

E lá fomos nós para o Rio de Janeiro, agora numa situação bem mais complicada, pois tínhamos que nos credenciar num novo aeroporto e para isso, tivemos que saber como eram os procedimentos, também precisávamos contratar mão de obra especializada, com os cursos aeroportuários, enfim um novo começo, a partir do zero.

Mas era também a realização de um sonho, qual seja, operar em outro Estado da Federação, num aeroporto central, de operação especialmente desafiadora e muito importante para o tráfego aéreo brasileiro.

Desafio aceito e lá fomos nós.